13 novembro 2005

Strange highs and strange lows...

Quem me dera ser uma pessoa absolutamente estável. Muitas vezes chego a acreditar que o comodismo me cairia bem. O panorama de incertezas - que é o cenário da própria vida - é muito assustador. Bem, "assustador" talvez não, pois já cheguei a um ponto da vida em que [quase] nada me dá mais medo.

Não posso reclamar e me achar uma pessoa extremamente focada. Na verdade, é porque há muito pouco que realmente objetivo na vida. Não é carência de ambições ou aspirações: é um desejo de que aquilo (a única coisa) que me é mais caro seja realizado. E quando tudo o que você mais quer é o resultado da impossibilidade dos seus dias, o conflito é constante.

É difícil me fazer acreditar quando digo que nada me derruba, nada me abala. A não ser uma coisa que vale por todos os problemas, todos os transtornos, todas as adversidades da vida de uma pessoa normal. E assim vou vivendo. Se bem ou mal, é difícil dizer. Afinal, quem me dera ser uma pessoa absolutamente estável...


Yesterday, when I was mad
and quite prepared to give up everything
admitting I don't believe
in anyone's sincerity, and that's what's really got to me

Then when I was lonely
I thought again
and changed my mind...

4 comentários:

Anônimo disse...

DIÁRIO DE UM APAIXONADO V
Fabrício Carpinejar



O apaixonado é um obsessivo. Pode ficar uma noite inteira repetindo o mesmo gesto como se fosse novo.

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Dormir é de menos. Emenda noites seguidas. O apaixonado não dorme, desmaia.

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O apaixonado muda de lugar no restaurante e esquece os óculos.

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É um preguiçoso, vai escolher uma música ou um poema para dizer o que sente.

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O guarda-chuva é o chapéu dos apaixonados. Melhor ainda se for uma sombrinha verde.

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É um consumidor contumaz das coisas que não prestam.

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Passa a se amar mais, tanto que o amor próprio é o único rival de sua paixão.

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O apaixonado é um viúvo alegre.

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Jamais toma sopa.

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Quando o apaixonado começa a falar de admiradoras secretas, o caso já é público.

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Debruça o tronco na mesa sem as mãos. Como uma marionete.

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O apaixonado duvida do que ele mais acredita. Finge duvidar para ouvir outra vez.

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Sua memória é a do peixe.

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Pensa o pior para viver melhor, antes pensava o melhor para viver o pior.

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O apaixonado faz diálogos sem edição. Encontra um motivo para falar de quem está amando mesmo sem motivo.

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O gosto da boca do apaixonado não se altera conforme a comida. Pode vir espinafre que continua bom.

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Termina a relação toda hora para sempre recomeçar.

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Está somente doente para o trabalho.

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O apaixonado cheira a sexo mesmo quando não transou.

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Está enterrado entre dois seios.

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"Apesar de tudo" não existe para o apaixonado, só para os conformados.

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A poesia pode aparecer antes ou depois do sexo, nunca durante.

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A ansiedade do apaixonado é a de um fanático.

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Corrige o que foi dito com o suspiro.

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Não consegue ser sucinto, nem escrever um telegrama ou um epitáfio.

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Não procura sentido para a vida, basta não ter sentido para vivê-la.

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Facilita denúncias. Conta unicamente para sua paixão o que não podia contar.

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Tudo o que não fez numa vida completa em uma noite.

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O apaixonado mente para melhorar suas verdades.

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Tem o estranho hábito de não ter hábitos.

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Não lê jornal. Tanto faz o mundo.

Claudia B. disse...

time is the best answer.

Anônimo disse...

"quando tudo o que você mais quer é o resultado da impossibilidade dos seus dias"

essa frase qse travou o meu 486...

brainstorm.

Bjos pra vc moço.

Anônimo disse...

Você parece comigo :/