27 agosto 2009

Time may change me, but I can't trace time...

Por razões organizacionais, estéticas e emocionais, o Consultório se mudou para outro servidor (bem melhor!). O novo endereço deste blog, doravante, será:

23 agosto 2009

Why, why, why do you say good bye? Goodbye...

Hoje é o dia da minha despedida. Na verdade não é só hoje, pois todo dia me despeço de alguma coisa, de alguém.

Hoje me despeço dos meus sonhos, das minhas fantasias e dos meus projetos. Despeço-me dos meus preconceitos e dos meus vícios.

Também é hora de se despedir da minha vontade política, da minha vontade de viver e de morrer. Hei de me despedir do que havia de melhor e de pior em mim. Despeço-me da minha mediocridade.

Despedida de mim, de você, você, você e você. De todos eles também. Dela. Delas. De todo mundo. De ninguém.

Hoje é dia da despedida de tudo o que me faz mal e de tudo o que me faz sorrir apaixonadamente. Dia da despedida do que me faz chorar e sofrer e crescer. E amadurecer. E também do que me joga no fundo do poço, mas também me ajuda a sair de lá.

Todo dia vou me despedir. Um dia será para sempre. Hoje também é. Porém, um dia, não irei mais me despedir. Nem serei despedido. Não haverá um velório, uma missa de sétimo dia, de corpo presente, ausente ou evidente. Nem celebrações. Nem lembranças, boas ou más.

Despeço-me do meu bom humor e do meu mal estar, da minha má vontade e das minhas ideias. Dos meu ideais.

Hoje me despeço de quem poderia ter sido, mas nunca fui. E nunca serei. E também me despeço do que sou e do que fui. E do que virei a ser. Hoje é dia da minha despedida!

20 agosto 2009

Wipe that tear away now from your eye...

Em todo o universo, planetas e estrelas maiores orbitam estrelas maiores. A Física clássica explica que existe a posição ideal para que a interação entre os corpos celestes permaneçam neste harmonioso movimento.

A chave central deste enigma é a gravidade (ou como assim conhecemos tal fenômeno).

Em princípio, descreveu-se a órbita dos corpos celestes como circulares, mas Kepler comprovou que eram elípticas: há momentos em que os corpos estão mais pertos; outras horas, mais afastados. Isso é periódico; um vai-e-vem eterno. Acima de tudo: isso é natural.

Em nossas vidas, é preciso também encontrar o momento perfeito, a harmonia das órbitas, suas proximidades e seus afastamentos. Escapando-se ao movimento orbital, desequilibra-se o sistema e não há mais vida.

Por outro lado, quando a força gravitacional se torna cada vez mais violenta, os corpos se chocam e os mais fortes consomem os mais fracos. É o fim!

É incrível como o universo inteiro, em todos os aspectos, é uma máquina perfeita! E acho que estou próximo de encontrar o movimento harmônico ideal... :)

16 agosto 2009

The passing of time - and all of its crimes - is making me sad again...

Para você que entrou aqui esperando que neste domingo eu postasse algo, para que tivesses ódio (ou alegria), esperando ingratidão, lamúria ou até mesmo algumas grosserias, lamento desapontar mais uma vez...


27 julho 2009

Everything in its right place...

Quando comecei a "blogar", o conceito disso tudo estava bem relacionado ao esquema "diário aberto virtual". Por muito tempo, levei isso bem a sério. Até hoje isso acontece, de forma bastante essencial.

No começo, quando era novidade - e quando tantas outras pessoas eram apenas letrinhas contra um fundo de tela de monitor e era tão encantador conhecê-las pelo que pensavam, e não apenas por uma mera aparência, superficialidades e tudo mais que o mundo real insiste em nos ressaltar -, o ritmo e a frequência de minha presença por aqui era bem maior. Houve conflitos - é óbvio. Este blog mudou de servidor, voltou à origem, os manuscritos passados se perderam, alguns outros ainda existem...

Acho surpreendente o fato de que algumas daquelas pessoas do já longínquo 2002 continuam presentes em minha vida. E de lá para cá, também me surpreendo com pessoas que depois conheci, por outros caminhos, e que diziam ter lido um ou outro pensamento público meu, ou muitos (ou todos).

Hoje ando me expressando bem menos. A inquietação da juventude dá lugar ao conformismo do envelhecer. Isso é inevitável porque tudo tem o seu devido lugar. O fato de que desapareço daqui, vez por outra, nunca é em vão e há sempre uma motivação - por mais nobre ou execrável que seja. Nada postei no mês de junho, e julho já se aproxima de seu fim.

Seriam quase dois meses de absoluta ausência. Diria que foi um tributo ao mesmo período há um ano. Naquela época imaginava que estaria em um futuro plenamente diferente! Porém, é uma burrice não acreditar que o futuro é imprevisível e sempre estará a nos surpreender, por bem ou por mal. E então eu sinto nojo deste espaço, mas nunca deixei de lhe dar a devida importância.

Assim como os devaneios - que vêm e passam - ainda me surpreendo com a intensidade dos sentimentos com que algumas pessoas chegam em minha vida e passam. Os rastros ficam, mas aos poucos desaparecem. Novas ventanias e tempestades fazem esse trabalho sujo - o tempo e seu velho clichê: o melhor remédio.

Tenho poucos medos na vida, mas esses poucos que tenho me imobilizam de uma forma cruel (ou crucial, pois não sei qual o melhor adjetivo que se encaixa neste contexto - o devir impede a conclusão). "Ainda serei capaz de me apaixonar?" Por algum tempo não quis pensar em respostas para tal pergunta. Nesse mesmo ínterim, forço-me a conviver com minha solidão (é um estado de espírito, definitivamente).

Tenho paixão por quase todos que ainda insistem em estar ao meu lado. Sei que muitos partirão. Não quero crer que algumas das relações que mantenho sejam superficiais ou tendenciosas. Este nunca foi meu espírito; nunca fui "interesseiro". Temo ser uma pessoa diferente num futuro próximo, e temo mais ainda por que essa nova pessoa seja pior, ainda que apenas um pouquinho. Porém, isso é inevitável...

Nunca quis acreditar que houvesse algo como a Síndrome de Peter Pan (até Michael Jackosn morreu!), e tenho medo do futuro, sim. É inevitável, sim, pois tudo tem o seu devido lugar.

31 maio 2009

Why can't I face it? Am I too blind to see?

Sunday was a bright day yesterday
Dark cloud has come into the way

É assim que começa uma música do Moby que não sai da minha cabeça há dias! Engraçado que a música sugere ser a continuação de uma outra música do Moby que marcou demais a minha vida uns quatro anos antes: In This World - também conhecida como a música do clip dos ETs ignorados.

Sunday (The Day Before My Birthday) também possui um clip com os ETs. É bem verdade uma continuação do clip de In This World. Mostra um começo feliz - depois da frustração de não conseguirem se comunicar com os terráqueos -, o "auge da fama" - com todas as baladas e os aproveitadores de plantão -, a degradação e, por fim, um recomeço com a volta para seus próprios lares.

Paralelismos a parte, essa tem sido a história da minha vida no último ano. E agora que preciso encontrar o caminho de volta para o meu lar, para tentar um recomeço e a busca da paz espiritual que me impulsionará para desafios e a viviência de histórias ainda mais bonitas, não sei mais o que significa lar...


Homesick
'Cause I no longer know
What home is...

25 maio 2009

No hope, no harm - just another false alarm...

Depois de tanta coisa, maio foi um mês incongruente, Bandini... Recebi elogios de clientes e de minha própria chefe - no escritório já não tão novo - e o trabalho vai se consolidando de forma estável, depois de um começo meio devagar, duvidoso e bastante deslocado.

Maio também foi o mês em que consegui ganhar mais de R$1.000,00 com discotecagens, mesmo sem me considerar - ou propriamente ser - um DJ profissional. E na área musical, também realizei parte de um sonho bastante antigo, aquele de comprar o baixo (falta aprender a tocar para completar tal sonho).

Há pouco mais de uma semana, e já vivendo com tanta saudade e angústia, achei que houvesse visto a luz no fim do túnel, justamente às vésperas de completar um ano em que surgiu na minha vida a pessoa que a mudou de forma mais considerável, por bem ou por mal. E hoje é 25 de maio, data desse aniversário...

Aqui estou eu, sentado em pleno fim de madrugada, início de manhã, após a frustração de não sair para a caminhada na praia em virtude da chuva, mesmo achando que pudesse arriscar, de ter me vestido e alongado. Porque há horas em que planejamos e vemos imagens mentais do objetivo próximo, quase tangível, quase se concretizando, mesmo em turbulência ou sob adversidades, acreditando ser de verdade que a esperança é a última que morre - e pode até ser, mas só morre quem é vivo.

Há quase quatro anos, depois de um fim de semana esquisitíssimo, entro num blog numa noite de domingo e vejo o anúncio de borboletas no estômago. A diferença é que, desta vez, um fim de semana foram quase cinco meses, e não houve prelúdio de que tudo poderia ser diferente...

Eu vejo sinais errados em lugares que sequer sinalizam!

E agora, Brasília: estás pronta para receber mais um vasto oceano de angústias, despreparo e frustrações?

[...]

...e um grande amigo cantou pelo Twitter esta semana,

If you ever feel neglected
If you think that all is lost
I'll be counting up my demons, yeah
Hoping everything's not lost

16 maio 2009

What you gonna do when things go wrong?

Um dos meus sonhos de há muito realizou-se ontem: comprei um baixo! Para complementar tal sonho, falta-me aprender a tocá-lo, óbvio, o que já está sendo providenciado.

Meu baixo (para iniciante): um Ibanez GSR-200

Apesar das aulas de piano que meu pai bem forçou para que eu tivesse aos seis anos - recordo-me de gostar bem mais das aulas de pintura, no Conservatório, enquanto esperava ele próprio ter suas aulas de piano - será a priemeira vez, por iniciativa própria, que aprenderei a tocar um instrumento musical digno.

Er, mentira: em 1992 comprei um trompete e comecei a aprender a tocá-lo, mas isso foi numa outra época, em outras circunstâncias e eu estava na Banda de Música do Colégio Militar... [O trompete ainda existe, mas a vontade de tocá-lo, nem tanto.]

O que importa é que, em não muito tempo, espero poder tocar coisas assim sem cometer muitos erros:


A contínua realização de sonhos materiais continua. Praticamente tudo-ao-mesmo-tempo-agora. Em outros tempos, disse que trocaria todas as felicidades materiais pela felicidade de espírito, aquela que desde os 17 anos, conversando com colegas na Faculdade de Direito, nos bancos da Salamanca, concluí que adviria de minha latente vontade de encontrar a mulher da minha vida, casar, ter filhos e ver a vida passar nesse cenário. Certamente não era o projeto de vida imediato de nenhuma outra pessoa ao meu redor àquela idade, o que sempre revelou (i) a minha precocidade feroz, e (ii) a minha [muito] tardia adolescência.

E agora, que os "sonhos" se realizam, com quem compartilhar? Ano passado tive certeza absoluta do que queria para a minha vida, mas o início de 2009 tratou de esfregar na minha cara que o que queremos nem sempre pode ser alcançado. E é nesse contexto que questiono o que seriam os sonhos: aquilo que é sonho, por definição, porque é intangível; ou aquilo que se pode conquistar e realizar, deixando, portanto, de ser sonho tão cedo se concretize?

Enquanto não defino uma resposta para isso em minha auto-ontologia, continuo vendo o tempo passar. E a música, que sempre esteve presente na minha vida, agora continuará ainda mais forte, alive and kicking!

06 maio 2009

You can have it all but how much do you want it?

Ontem foi o primeiro dia em que pude, finalmente, regularizar todos os débitos de minha vida financeira, com pagamentos em dia - quando não, bem antecipados - e a sensação é um pouco estranha. Ao final da tarde, fui até buscar minha nova carteira de advogado, com chip e tudo mais (funcionalidades conhecidas para o tal chip até o momento: zero), sinal de que até com o órgão de classe estou quite.

2008 foi um ano em que as contas também foram pagas, mas sem a certeza de onde viriam os fundos necessários para tal. O final do ano foi audacioso, pelos planos de mestrado que resultaram frustrados e que acabaram, não necessariamente por eles, frustrando também o meu namoro.

Posso dizer que os últimos seis meses - até o final de março, pelo menos - foram tempos difíceis, quando se levasse em consideração os aspectos profissional e financeiro, e o único conforto que tinha era o relacionamento, que talvez por todos os problemas extrínsecos a ele o tornassem conturbado e acabaram por o desgastar.

Gostaria demais que minha ex-namorada estivesse do meu lado nas piores horas e, por mais chato que eu estivesse, me consolasse e me ajudasse em todo esse processo. Não foi possível...

Hoje estou sem ela, sinto saudades todos os dias - todos mesmo! -, mas tudo mais na minha vida parece estar caminhando bem. É injusto demais não poder contar com uma "felicidade integral": o que se tem de feliz por um lado é compensado, por assim dizer, em frustrações e tristezas por outro.

Não tenho a menor dúvida do que sacrificaria e de qual felicidade preferiria. Só não gostaria que os contextos tornassem uma ou outra aparentemente inconciliáveis.

[este é um breve devaneio que fala de felicidade e de seu paradoxo,
de saudades e do que realmente gostaria de ter em minha vida...]

11 abril 2009

...then again the same old story...



[I guess that story will never come to an end - not a happy end, at least...]

19 março 2009

And I'll be perfect in my own way...

Nos últimos dez meses minha vida mudou bastante, significantemente, de um extremo a outro e voltando. Variações como numa montanha-russa. Creio que o pior já passou, ainda que a duríssimas penas. Até precisei deixar de ir ao casamento de uma grande amiga para evitar circunstâncias indesejadas. Não que tenha sido bom; acabou sendo, também circunstancialmente, vez que fui passar o fim de semana (bem prolongado, estendendo-o até terça) com meus pais e meu irmão.

Nunca tive dúvidas de que me adequo muito bem à vida em família, por mais que toda a minha história tenha me distanciado disso. Já não moro com meus pais desde 1996. Como (quase) tudo em minha vida, foi uma separação precoce - como também foi o ingresso na universidade, apenas aos dezesseis anos.

O que creio realmente me perturbar é essa precocidade das coisas na minha vida, com exceção do meu lado emocional. Acho que há um tremendo descompasso, até hoje, entre minhas experiências e minhas emoções. No entanto, isso é apenas uma das obscuridades do universo que me cerca.

Há momentos em que penso que não é mais possível recuperar tempos perdidos. Há outros em que verdadeiramente creio que eles nunca tenham havido, ainda que várias oportunidades tenham sido desperdiçadas, na minha história, pelas meras omissão e passividade. A grande verdade é que vou acumulando experiências, o tempo vai passando (sempre na mesma direção), mas minha vida ficou congelada em algum momento entre 1998 e 2003. E daí para frente é um mero looping contínuo, fazendo com que eu viva novas experiências com uma sensação tremenda de dejá-vù, muitas vezes, inclusive, vendo erros semelhantes sendo repetidos...

Apesar do melhorar de ares, ainda permanece verdade a história que soube dia desses: que, nos anos ímpares, existe o tal inferno astral, não restito apenas ao mês que antecede o aniversário, mas também prolongado ao mês subsequente. Ainda bem que em uma semana estarei livre, definitivamente, desta "maldição". Só queria que dia 25 fosse emblemático apenas por ser a data do meu aniversário...

26 fevereiro 2009

Don't you know I'm so tired of it all?

Oi, N.

Feliz Aniversário. A vida passa e a gente acaba deixando de dar valor a essas datas para nós mesmo sem se lembrar do quanto elas nos foram importantes no começo da vida, quando criança. Lembro ainda do seu 1º aninho, quando éramos vizinhos.

Às vezes sinto saudade daqueles tempos, com todos juntos e felizes na medida da vida.

Sei que hoje as coisas estão muito difíceis em muitos aspectos para todos nós, mas renovo as esperanças de que alguma coisa melhore no futuro, ou pelos menos, não piore.

Te amo muito.

* * * * *

Oi, O.

Também sinto saudades demais daqueles tempos. Talvez por um aspecto até egoísta, de não haver responsabilidades e de ter como maior preocupação as notas do colégio.

Com o tempo, realmente passei a não valorizar - talvez até ignorar - datas comemorativas em geral: reveillon, carnaval, natal, aniversários. É uma coisa minha, da formação da minha personalidade. Acho isso muito injusto com os outros, e tento apenas conciliar esse sentimento com a "vida real".

Agradeço pela mensagem. Posso até parecer bruto ou indiferente, mas respeito demais a forma como as pessoas são e fico um pouco mais feliz com os sinceros desejos de tempos melhores que elas me fazem. Até porque realmente vou precisar deles... Não estou nada bem, em todos os aspectos, mas ainda continuo acreditando na perspectiva desses tempos melhores, para todos nós.

O amor, em que pese muitas vezes não ficar evidente, é totalmente recíproco. Eu é que estou me tornando, com todas as pancadas que tenho levado nos últimos dez anos - principalmente na minha vida sentimental, que eu imagino que você não conhece quase nada -, uma pessoa cada vez mais solitária.

Obrigado de verdade! Não só por este e-mail, mas pelos vinte e nove anos que o precederam...

15 fevereiro 2009

If I had another chance tonight, I'd try to tell you the things we had were right...

Domingos são dias emblemáticos para quase todos nós. É para ser um dia de descanso e acaba sendo bem morgado, mesmo. Para os solteiros, então... Morgado se transforma em sinônimo de monótono.

Resolvi ir ao cinema. Em princípio, seria uma sessão tripla, no Del Paseo. Iguatemi não é uma opção válida aos domingos... No final da noite, tendo encontrado alguns amigos entre uma sessão e outra, abortei o terceiro filme e vi apenas "O Curioso Caso de Benjamin Button" e "Operação Valquíria".

Este último, um bom filme. Nada de sensacional ou maravilhoso... Talvez o seu encanto particular tenha sido ofuscado pelo lindo fime visto imediatamente antes, com uma narrativa brilhante que muito me lembrou Forrest Gump, e com uma delicadeza e uma leveza muito próxima a Peanuts - os desenhos da turma do Charlie Brown que tanto me encantavam na infância e, visto com maturidade anos depois, tanto me emocionaram por sua marcante carga psicológica adulta travestida de simples aventuras infantis.

Em particular, marcou-me uma frase dita pela professora de piano: "Benjamin, we're meant to lose the people we love. How else would we know how important they are to us?"

Aquilo foi uma pedrada direta, com alvo certeiro e crueldade premeditada. Daquelas verdades que preferimos não enxergar porque são mais convenientes os eufemismos. No meu caso, em particular, foi uma experiência exponencialmente agravada por um fato recente que se enquadrava com maestria naquela triste circunstância...

Enquanto conversava com uma pessoa querida que está viajando pela Europa, de quem havia lembrado na noite anterior ao ouvir insistentemente "1963", do New Order - daquele clip com a moça viajando, perdendo o juízo e com a mala aumentando o tempo inteiro - lembrei-me de outro clip em que a bagagem da pessoa começa de um tamanho e termina de outro oposto: "Another Chance", do Roger Sanchez:




Adoro House com letras curtinhas, mas que causam um impacto imenso! E com a frase sobre valorizar as pessoas que amamos, em Benjamin Button; a letra de 1963, do New Order, e; o clip de Another Chance, com a mensagem esperançosa (apesar da circunstância odiosa retratada no fim do vídeo...), consigo encontrar contraditórios conforto e nostalgia de coisas boas que precisam ficar relegadas ao passado, por mais difícil que essa tarefa seja...


There's too many ways that you could kill someone,
Like in a love affair when the love has gone...

12 fevereiro 2009

It's hard to believe that I'm all alone...

Que tamanho têm as saudades? Nunca saberia dizer. Não entendo o que elas sejam, pois não são apenas um sentimento. Não seriam jamais um estado de espírito. Com certeza é um fato concreto, muitas vezes irreparável, irremediável e plenamente doloroso.

Muitas línguas sequer têm um sinônimo para saudades. Sei o que sinto, sei como dói e sei como isso me desestrutura e me deixa sem perspectiva. Não acredito piamente que existam males necessários. Não acredito no Leviatã. Muitas vezes sequer acredito em mim...

Tudo era bem mais leve quando essas saudades eram apenas uma passagem bonita de uma letra da Legião Urbana, "Índios"? É momentaneamente mais doloroso quando as saudades são de alguém que faleceu. O tempo nos conforta com a certeza de que não teremos mais a convivência da pessoa querida.

Agora quem nos conforta quando as saudades são de alguém que está logo ali, andando, vivendo e sorrindo? E, mesmo assim, você foi excluído de sua convivência... Nunca me acostumo com isso, mas sei que também devo ter causado saudades em alguém de forma semelhante. Ninguém é perfeito, mas isso jamais poderá ser uma desculpa viável.

Devo mesmo ser acomodado. Acostumo-me fácil com as coisas do meu coração, por mais que não as entenda algumas vezes. Não apenas sentimentos, mas quase nunca tenho uma definição clara do que sinto. Quando tenho, no entanto, é difícil saber que essa clareza necessita ser brutalmente suprimida. Ninguém disse que viver seria fácil, de fato; mas quem é que nos daria escolhas plausíveis?

[I quit!]

07 fevereiro 2009

By the look on his face, he never gave in...

- Hi.
- Hi. Didn't figure you'd show your face around me again. I guess I thought you were... humiliated. You did run away, after all.
- I just needed to see you.
- Yeah?
- I'd like to, um... take you out, or something.
- You're married.
- Not yet, not married. No, I'm not married.
- Look man, I'm telling you right off the bat, I'm high-maintainance, so... I'm not gonna tip-toe around your marriage, or whatever it is you've got goin' there. If you wanna be with me, you're with me.
- Okay.
- Too many guys think I'm a concept, or I complete them, or I'm gonna make them alive. But I'm just a fucked-up girl who's lookin' for my own peace of mind; don't assign me yours.
- I remember that speech really well.
- I had you pegged, didn't I?
- You had the whole human race pegged.
- Hmm. Probably.
- I still thought you were gonna save my life... even after that.
- Ohhh... I know.
- It would be different, if we could just give it another go-round.
- Remember me. Try your best; maybe we can.

[...]

- I really should go! I've gotta catch my ride.
- So go.
- I did. I thought maybe you were a nut... but you were exciting.
- I wish you had stayed.
- I wish I had stayed to. NOW I wish I had stayed. I wish I had done a lot of things. I wish I had... I wish I had stayed. I do.
- Well I came back downstairs and you were gone!
- I walked out, I walked out the door!
- Why?
- I don't know. I felt like I was a scared little kid, I was like... it was above my head, I don't know.
- You were scared?
- Yeah. I thought you knew that about me. I ran back to the bonfire, trying to outrun my humiliation.
- Was it something I said?
- Yeah, you said "so go." With such disdain, you know?
- Oh, I'm sorry.
- It's okay.
(...)
- Joely? What if you stayed this time?
- I walked out the door. There's no memory left.
- Come back and make up a good-bye at least. Let's pretend we had one.
- Bye Joel.
- I love you...
- Meet me in Montauk...

05 fevereiro 2009

I wanna take you higher, higher and higher!

Toda pessoa que gosta de dance music (sim, não gosto de forró ou pagode ou axé, mas gosto de "dance music") - e acaba levando isso um pouco mais a sério - elege os seus remixers favoritos. Nesse universo musical, todo single precisa ser lançado com pelo menos quatro versões diferentes, de variados DJs especialistas nesse ofício peculiar.

Esta manhã ouvia no carro o maxi-single do relançamento de "Higher and Higher", da dupla de produtores alemães Milk & Sugar. Algumas versões tocavam e rápido eram puladas, pois as batidas ou as sonoridades não agradavam. Até que cheguei à versão de David Morales...

[David Morales deve ser, de longe, o meu DJ, o meu remixer favorito! E olha que gosto bastante do fenomenal trabalho de gente como os incríveis Masters at Work, Bob Sinclair, Armand Van Helden, Boris Duglosh, Dimitri from Paris, Todd Terry, Shep Pettibone, entre alguns poucos outros.]

Enquanto passava as faixas, percebia como os DJs reconstruíam a música, a "original mix". Nem sempre isso é legal (aliás, na minha percepção, quase nunca...). David Morales tem o talento de não necessitar reconstruir, mas sim redefinir as músicas que remixa. Isso é muito sutil; é igualmente fantástico!

* * * * *

Eu gostaria muito de ser esse tipo de pessoa, quando a vida exige: que redefine, não reconstrói.

31 janeiro 2009

What I feel and what I fear is always here...

Sexta-feira maravilhosa! Praticamente um ressurgimento das cinzas. Reencontrar pessoas queridas que há tempos não despertavam tão boas emoções. Sorvete de maça verde da Barbaresco com uma companhia mui especial e pra lá de horas de confissões, de segredos e de gargalhadas. Um show super bacana na Órbita (Franz Ferdinand cover), com pessoas super felizes. Isso tudo depois de uma quinta-feira de desabafos, de disquinhos comprados na Desafinado, de três jarras de chopp da Heineken no Amici's (e mais umas tantas cervas no Paladar com amigos de estima elevadíssima!) e de projetos para dar alegria a outras "almas desejosas" dessa nossa Fortaleza autista.

A semana, na verdade, foi bem marcada pela minha redescoberta dos primórdios da Acid House com o 808 State, muito motivada por uma matéria no RRAURL (Alisson Göthz, como sempre, sabe o que eu quero ouvir). Uma excelente semana, de transição entre aquilo que minha vida poderia ter sido, e aquilo que ela virá a ser - e não por minha opção, mas a vida quase nunca nos permite, em situações delicadas, escolhas razoáveis.

Nessa ida e volta ao passado, até em um contexto bem agradável, reli o meu antigo blog, especialmente um texto fruto de um momento que - tal como seria até poucos dias atrás, propenso à tristeza incomensurável - serviria para que a mesma vida que lhe dificulta escolhas convenientes esfregue verdades em sua cara e lhe recolha de qualquer sarjeta psicológica em que se encontre. Era uma mensagem encartada num DVD do Radiohead e que dizia assim (mantidas as formatação, cor e diagramação originais, na medida do possível):

If you have been rejected
many times in your life, then
one more rejection isn't going
to make much difference. If
you're rejected, don't auto-
matically assume it's your
fault. The other person may
have several reasons for not
doing what you are asking her
to do: none of it may have
anything to do with you.
Perhaps the person is busy or
not feeling well or genuinely
not interested in spending
time with you. Rejections are
part of everyday life. Don't let
them bother you. Keep reach-
ing out to others. Keep
reaching out to others. When
you begin to receive positive
responses, then you are on
the right track. It's all a mat-
ter of numbers. Count the
positive responses and forget
about the rejections.

E então eu sorri, deliciosamente. Sem sarcasmos, sem ironias, apenas com uma leveza gigante no coração. Mesmo que eu não vá ao show do Radiohead este ano.

O fato é que os últimos dias serviram para muitas coisas. Surgiram propostas concretas de emprego, oportunidades mais constantes de discotecagem, menos amargura com o fim descontente do que achava ser um relacionamento promissor, um filme maravilhoso e do jeito exato que gosto, reencontro e saídas com melhores amigos e muito tempo para meus momentos favoritos: os introspectivos.

Nesta noite de sábado voltei para casa com um estoque maravilhoso de Heineken - até mesmo já me preparando para o Superbowl neste domingo! -, um clássico CD do 808 State (na verdade, o seu lançamento americano) e muita esperanca no que há por vir, além de muita nostalgia por aquilo que passou. Só que, agora, uma nostalgia boa, embebida de lembranças de momentos felizes e agradáveis; as memórias corretas e que merecem a devida valorização. A construção de nossa identidade ao longo da história é feita pela reunião das coisas boas e das coisas necessárias; as ruins, quase sempre são destinadas ao grande ralo do esquecimento... E se assim não fosse, que passe a ser, então!

[e será.]

21 janeiro 2009

Our lives are strangely our own...

O Submarino já me deu uma imensa raiva esta semana, mas como nada é insuperável, as coisas sempre podem piorar.

É que na semana passada andei paquerando com o lançamento, em DVD, da caixa com a "nova" trilogia de Star Wars (episódios 1, 2 e 3). Deixei quieto.

Aí o Submarino me manda um e-mail, informando que o produto pelo qual havia demonstrado interesse estava com uma promoção de 5% (no resultado final, eram meros R$3,00). Mesmo assim, foi o suficiente para que me fizesse efetuar o pedido no domingo. Paguei com boleto bancário, sendo que esse pagamento seria registrado apenas na segunda-feira, já que domingo não é dia de expediente bancário.

Tudo bem... Aí na terça, quando resolvo entrar no site daquela maldita loja virtual - com suas táticas à Amazon - para verificar se o boleto já havis sido compensado e o pedido estava caminhando, vejo que a lata da trilogia dos filmes de Jason Bourne está com um desconto fantástico! De R$69,90 por apenas R$39,90 [é perto de 50% de desconto, né? então é fantástico mesmo!]. Um pequeno problema: o frete naquela loja só é gratuito para compras acima de R$49,00... Era o caso da Trilogia Star Wars, cujo valor havia sido pouco acima desse montante.

Entro em contato com o atendimento online da loja e recebo a notícia de que não é possível acrescentar produtos em pedido já fechado. Ou seja, se eu quisesse pedir a Trilogia Bourne, teria que fazer um novo pedido e pagar o frete. Então argumentei se seria possível cancelar o pedido e aproveitar o crédito do pagamento do boleto para efetuar um novo pedido, desta vez com as duas trilogias. Larissa - a atendente para quem fui encaminhado eletronicamente - informou -me que sim, mas que eu receberia um vale-troca em até dois dias úteis após o registro daquele cancelamento.

Enquanto isso, verifico no site os mesmos produtos e constatei que a Trilogia Star Wars não teria mais o tal desconto de 5%. Argumentei isso e a atendente disse-me que, de fato, o desconto não poderia mais ser concedido. Ora, uma perda de R$3,00 compensaria um desconto de R$30,00. Particularmente, preferi pensar que estava fazendo um negócio de 1.000%! Em época de crise mundial, um baita investimento!

Ledo engano... Hoje chega o e-mail com o tal vale-troca. Ocorre que, no site do Submarino, não há mais nem os 5% da Trilogia Star Wars, muito menos os quase 50% da Trilogia Bourne... Todas estavam em seus regulares preços. Raiva! Muita raiva!!

Alguém deseja um vale-compra, no Submarino, de R$56,91? Vendo por R$50,00! Saio perdendo dinheiro, mas não compro mais no Submarino, entidade demoníaca!! @#*&$%!!!

02 janeiro 2009

In a room with a window in the corner I found truth...

Definitivamente as aparências enganam e eu sou uma pessoa extremamente anti-social. Não consigo demonstrar compaixão ou qualquer tipo de simpatia pela superficialidade alheia. Pelo menos não mais. Interesso-me por pouca coisa da vida dos outros e acho que não preciso de mais pessoas orbitando a minha egosfera.

Estou - pretty much! - de saco cheio do mundo. Isso não é novidade, pois tenho convivido com esse sentimento ao longo da maior parte desta década. Acho mais confortável retrair-me do que auto-promover atitudes expansivas.

Hoje revi Control e me senti muito próximo do Ian Curtis - exceto pelo fato da amante, da epilepsia e do suicídio. Sinto que minha genialidade é latente, porém não a consigo expressar. Todos nós temos uma genialidade em potência - no mais aristotélico que o pensamento possa alcançar. Acho isso um tremendo desperdício, uma grande falta de oportunidade e - na maior parte das vezes - de força de vontade.

Isolation! - clamo. Coisa impossível principalmente quando se liga o computador e logo se está imerso em muitas formas de contatar o mundo exterior, seja no bairro vizinho ou na Escandinávia. Pior: poder ser contatado quase livremente, mesmo quando indesejado.

Tenho vontade de vistar praias desertas, mesmo que não goste de praias. De ver os mesmos filmes, mesmo sabendo que há outros muito melhores. Tenho vontade de viver a mesma vida de sempre, auto-referencial, fechada, não-comunicativa. É um embate da pessoa que antes de sair da Faculdade de Direito se achava o próprio Tito em meio a uma Iugoslávia pós-Segunda Guerra Mundial. Por uma dessas jocosas coincidências, Tito morreu no mesmo ano em que nasci; e a minha vivência de sua história morreu pouco mais de vinte e um anos depois.

Sinto que perdi a minha identidade - se é que tinha alguma autêntica. Na verdade, este é um processo contínuo, interminável. Uma desconstrução de algo que era frágil e verdadeiramente superficial. Como a Iugoslávia.

É... Eu era a Iugoslávia, e hoje eu nem sei mais o que sou. Muito menos o que vou ser. Quando criança, queria ser astronauta. Ou super-herói. Acho que não lutei o suficiente para tornar o impossível viável.