31 janeiro 2009

What I feel and what I fear is always here...

Sexta-feira maravilhosa! Praticamente um ressurgimento das cinzas. Reencontrar pessoas queridas que há tempos não despertavam tão boas emoções. Sorvete de maça verde da Barbaresco com uma companhia mui especial e pra lá de horas de confissões, de segredos e de gargalhadas. Um show super bacana na Órbita (Franz Ferdinand cover), com pessoas super felizes. Isso tudo depois de uma quinta-feira de desabafos, de disquinhos comprados na Desafinado, de três jarras de chopp da Heineken no Amici's (e mais umas tantas cervas no Paladar com amigos de estima elevadíssima!) e de projetos para dar alegria a outras "almas desejosas" dessa nossa Fortaleza autista.

A semana, na verdade, foi bem marcada pela minha redescoberta dos primórdios da Acid House com o 808 State, muito motivada por uma matéria no RRAURL (Alisson Göthz, como sempre, sabe o que eu quero ouvir). Uma excelente semana, de transição entre aquilo que minha vida poderia ter sido, e aquilo que ela virá a ser - e não por minha opção, mas a vida quase nunca nos permite, em situações delicadas, escolhas razoáveis.

Nessa ida e volta ao passado, até em um contexto bem agradável, reli o meu antigo blog, especialmente um texto fruto de um momento que - tal como seria até poucos dias atrás, propenso à tristeza incomensurável - serviria para que a mesma vida que lhe dificulta escolhas convenientes esfregue verdades em sua cara e lhe recolha de qualquer sarjeta psicológica em que se encontre. Era uma mensagem encartada num DVD do Radiohead e que dizia assim (mantidas as formatação, cor e diagramação originais, na medida do possível):

If you have been rejected
many times in your life, then
one more rejection isn't going
to make much difference. If
you're rejected, don't auto-
matically assume it's your
fault. The other person may
have several reasons for not
doing what you are asking her
to do: none of it may have
anything to do with you.
Perhaps the person is busy or
not feeling well or genuinely
not interested in spending
time with you. Rejections are
part of everyday life. Don't let
them bother you. Keep reach-
ing out to others. Keep
reaching out to others. When
you begin to receive positive
responses, then you are on
the right track. It's all a mat-
ter of numbers. Count the
positive responses and forget
about the rejections.

E então eu sorri, deliciosamente. Sem sarcasmos, sem ironias, apenas com uma leveza gigante no coração. Mesmo que eu não vá ao show do Radiohead este ano.

O fato é que os últimos dias serviram para muitas coisas. Surgiram propostas concretas de emprego, oportunidades mais constantes de discotecagem, menos amargura com o fim descontente do que achava ser um relacionamento promissor, um filme maravilhoso e do jeito exato que gosto, reencontro e saídas com melhores amigos e muito tempo para meus momentos favoritos: os introspectivos.

Nesta noite de sábado voltei para casa com um estoque maravilhoso de Heineken - até mesmo já me preparando para o Superbowl neste domingo! -, um clássico CD do 808 State (na verdade, o seu lançamento americano) e muita esperanca no que há por vir, além de muita nostalgia por aquilo que passou. Só que, agora, uma nostalgia boa, embebida de lembranças de momentos felizes e agradáveis; as memórias corretas e que merecem a devida valorização. A construção de nossa identidade ao longo da história é feita pela reunião das coisas boas e das coisas necessárias; as ruins, quase sempre são destinadas ao grande ralo do esquecimento... E se assim não fosse, que passe a ser, então!

[e será.]

21 janeiro 2009

Our lives are strangely our own...

O Submarino já me deu uma imensa raiva esta semana, mas como nada é insuperável, as coisas sempre podem piorar.

É que na semana passada andei paquerando com o lançamento, em DVD, da caixa com a "nova" trilogia de Star Wars (episódios 1, 2 e 3). Deixei quieto.

Aí o Submarino me manda um e-mail, informando que o produto pelo qual havia demonstrado interesse estava com uma promoção de 5% (no resultado final, eram meros R$3,00). Mesmo assim, foi o suficiente para que me fizesse efetuar o pedido no domingo. Paguei com boleto bancário, sendo que esse pagamento seria registrado apenas na segunda-feira, já que domingo não é dia de expediente bancário.

Tudo bem... Aí na terça, quando resolvo entrar no site daquela maldita loja virtual - com suas táticas à Amazon - para verificar se o boleto já havis sido compensado e o pedido estava caminhando, vejo que a lata da trilogia dos filmes de Jason Bourne está com um desconto fantástico! De R$69,90 por apenas R$39,90 [é perto de 50% de desconto, né? então é fantástico mesmo!]. Um pequeno problema: o frete naquela loja só é gratuito para compras acima de R$49,00... Era o caso da Trilogia Star Wars, cujo valor havia sido pouco acima desse montante.

Entro em contato com o atendimento online da loja e recebo a notícia de que não é possível acrescentar produtos em pedido já fechado. Ou seja, se eu quisesse pedir a Trilogia Bourne, teria que fazer um novo pedido e pagar o frete. Então argumentei se seria possível cancelar o pedido e aproveitar o crédito do pagamento do boleto para efetuar um novo pedido, desta vez com as duas trilogias. Larissa - a atendente para quem fui encaminhado eletronicamente - informou -me que sim, mas que eu receberia um vale-troca em até dois dias úteis após o registro daquele cancelamento.

Enquanto isso, verifico no site os mesmos produtos e constatei que a Trilogia Star Wars não teria mais o tal desconto de 5%. Argumentei isso e a atendente disse-me que, de fato, o desconto não poderia mais ser concedido. Ora, uma perda de R$3,00 compensaria um desconto de R$30,00. Particularmente, preferi pensar que estava fazendo um negócio de 1.000%! Em época de crise mundial, um baita investimento!

Ledo engano... Hoje chega o e-mail com o tal vale-troca. Ocorre que, no site do Submarino, não há mais nem os 5% da Trilogia Star Wars, muito menos os quase 50% da Trilogia Bourne... Todas estavam em seus regulares preços. Raiva! Muita raiva!!

Alguém deseja um vale-compra, no Submarino, de R$56,91? Vendo por R$50,00! Saio perdendo dinheiro, mas não compro mais no Submarino, entidade demoníaca!! @#*&$%!!!

02 janeiro 2009

In a room with a window in the corner I found truth...

Definitivamente as aparências enganam e eu sou uma pessoa extremamente anti-social. Não consigo demonstrar compaixão ou qualquer tipo de simpatia pela superficialidade alheia. Pelo menos não mais. Interesso-me por pouca coisa da vida dos outros e acho que não preciso de mais pessoas orbitando a minha egosfera.

Estou - pretty much! - de saco cheio do mundo. Isso não é novidade, pois tenho convivido com esse sentimento ao longo da maior parte desta década. Acho mais confortável retrair-me do que auto-promover atitudes expansivas.

Hoje revi Control e me senti muito próximo do Ian Curtis - exceto pelo fato da amante, da epilepsia e do suicídio. Sinto que minha genialidade é latente, porém não a consigo expressar. Todos nós temos uma genialidade em potência - no mais aristotélico que o pensamento possa alcançar. Acho isso um tremendo desperdício, uma grande falta de oportunidade e - na maior parte das vezes - de força de vontade.

Isolation! - clamo. Coisa impossível principalmente quando se liga o computador e logo se está imerso em muitas formas de contatar o mundo exterior, seja no bairro vizinho ou na Escandinávia. Pior: poder ser contatado quase livremente, mesmo quando indesejado.

Tenho vontade de vistar praias desertas, mesmo que não goste de praias. De ver os mesmos filmes, mesmo sabendo que há outros muito melhores. Tenho vontade de viver a mesma vida de sempre, auto-referencial, fechada, não-comunicativa. É um embate da pessoa que antes de sair da Faculdade de Direito se achava o próprio Tito em meio a uma Iugoslávia pós-Segunda Guerra Mundial. Por uma dessas jocosas coincidências, Tito morreu no mesmo ano em que nasci; e a minha vivência de sua história morreu pouco mais de vinte e um anos depois.

Sinto que perdi a minha identidade - se é que tinha alguma autêntica. Na verdade, este é um processo contínuo, interminável. Uma desconstrução de algo que era frágil e verdadeiramente superficial. Como a Iugoslávia.

É... Eu era a Iugoslávia, e hoje eu nem sei mais o que sou. Muito menos o que vou ser. Quando criança, queria ser astronauta. Ou super-herói. Acho que não lutei o suficiente para tornar o impossível viável.