14 julho 2008

[enjoy the silence...]

Em nossas vidas, há momentos de dores muito profundas. Já perdi entes queridos e amigos, mas isso é absolutamente inevitável. Já perdi amores, mas superei as necessárias tristezas com o tempo.

Hoje foi o dia de uma dessas dores profundas. Poderia ter sido o dia de perda de gente querida, de amores. Isso por conta de uma atitude insignificante, de coisas irrisórias. Então, no meio do desespero, fui forçado a procurar conforto num canto que sempre me fez o maior bem na vida e que há tempos não visitava: meu velho dojo de aikido. Fui muitíssimo bem recebido por meu velho e querido sensei, e então percebi que o canto que eu procurava, na verdade, também era outro lugar que não visitava há muito tempo: o vazio dentro de mim.

Meditei. Muito tempo se passou. Éramos apenas eu e meus pensamentos. Então concluí que dor profunda sente quem perdeu um filho e passará o resto da vida sem a sua alegria. Sente tal dor quem nunca pode enxergar e ver um por-do-sol no oceano distante. Quem já pode ouvir as mais belas canções e já não as escutas mais. Quem não pode correr para abraçar a pessoa querida.

Não poder é muito diferente de não querer.

E concluí que não posso querer fazer uma pessoa feliz, desejar o bem, cuidar e ter carinho, fazer as melhores coisas do mundo se não fizer primeiro isso tudo por mim. Porque hoje tive certeza de que é possível atingir - mesmo indiretamente - as pessoas de quem mais gostamos com simples gestos de descuido nossos, excessos desnecessários e evitáveis. Só é possível deliberarmos sobre nossas próprias vidas, e não sobre as dos outros.

Hoje entrei em casa, abri a última Heineken da geladeira e a derramei na pia. A partir de hoje, não bebo mais. Nunca mais! E este não é um drama idiota: é a minha nova vida, para o meu próprio bem, para sempre.

07 julho 2008

And where am I supposed to go now?

Passei o dia em casa com uma das mais terríveis cefaléias que já teve o desprazer de me incomodar. Dois comprimidos de Tylenol garganta abaixo aliviaram um pouco da dor dessa provável enxaqueca. A dor de cabeça, logo hoje! Sintomático em relação ao contexto por que passo? Muito provavelmente...

E enquanto assistia a um documentário no Discovery Channel, cutuquei a fitinha do Senhor do Bonfim que havia amarrado ao pulso mais de dois anos atrás, buscando em promessa um título da Holanda (que não veio nem na Copa do Mundo, nem na Eurocopa). A fitinha caiu logo hoje! Sintomático em relação às amarras que devem se soltar na minha vida? Muito provavelmente...