27 julho 2009

Everything in its right place...

Quando comecei a "blogar", o conceito disso tudo estava bem relacionado ao esquema "diário aberto virtual". Por muito tempo, levei isso bem a sério. Até hoje isso acontece, de forma bastante essencial.

No começo, quando era novidade - e quando tantas outras pessoas eram apenas letrinhas contra um fundo de tela de monitor e era tão encantador conhecê-las pelo que pensavam, e não apenas por uma mera aparência, superficialidades e tudo mais que o mundo real insiste em nos ressaltar -, o ritmo e a frequência de minha presença por aqui era bem maior. Houve conflitos - é óbvio. Este blog mudou de servidor, voltou à origem, os manuscritos passados se perderam, alguns outros ainda existem...

Acho surpreendente o fato de que algumas daquelas pessoas do já longínquo 2002 continuam presentes em minha vida. E de lá para cá, também me surpreendo com pessoas que depois conheci, por outros caminhos, e que diziam ter lido um ou outro pensamento público meu, ou muitos (ou todos).

Hoje ando me expressando bem menos. A inquietação da juventude dá lugar ao conformismo do envelhecer. Isso é inevitável porque tudo tem o seu devido lugar. O fato de que desapareço daqui, vez por outra, nunca é em vão e há sempre uma motivação - por mais nobre ou execrável que seja. Nada postei no mês de junho, e julho já se aproxima de seu fim.

Seriam quase dois meses de absoluta ausência. Diria que foi um tributo ao mesmo período há um ano. Naquela época imaginava que estaria em um futuro plenamente diferente! Porém, é uma burrice não acreditar que o futuro é imprevisível e sempre estará a nos surpreender, por bem ou por mal. E então eu sinto nojo deste espaço, mas nunca deixei de lhe dar a devida importância.

Assim como os devaneios - que vêm e passam - ainda me surpreendo com a intensidade dos sentimentos com que algumas pessoas chegam em minha vida e passam. Os rastros ficam, mas aos poucos desaparecem. Novas ventanias e tempestades fazem esse trabalho sujo - o tempo e seu velho clichê: o melhor remédio.

Tenho poucos medos na vida, mas esses poucos que tenho me imobilizam de uma forma cruel (ou crucial, pois não sei qual o melhor adjetivo que se encaixa neste contexto - o devir impede a conclusão). "Ainda serei capaz de me apaixonar?" Por algum tempo não quis pensar em respostas para tal pergunta. Nesse mesmo ínterim, forço-me a conviver com minha solidão (é um estado de espírito, definitivamente).

Tenho paixão por quase todos que ainda insistem em estar ao meu lado. Sei que muitos partirão. Não quero crer que algumas das relações que mantenho sejam superficiais ou tendenciosas. Este nunca foi meu espírito; nunca fui "interesseiro". Temo ser uma pessoa diferente num futuro próximo, e temo mais ainda por que essa nova pessoa seja pior, ainda que apenas um pouquinho. Porém, isso é inevitável...

Nunca quis acreditar que houvesse algo como a Síndrome de Peter Pan (até Michael Jackosn morreu!), e tenho medo do futuro, sim. É inevitável, sim, pois tudo tem o seu devido lugar.