28 março 2006

Tonight I think I'll walk alone, I'll find my soul as I go home...

Tenho plena convicção de que desejo e quero tudo aquilo que não é certo. No entanto, sei bem entender tal conceito, pois nem sempre que não é certo não precisa ser necessariamente algo "errado". Amar uma mulher que não te ama não é errado - é apenas imprudente.

Dessa forma, passa-se a viver com menos culpa e com menos angústia quando se compreende com maior clarevidência que aquilo que tanto perseguimos ao longo de toda a nossa existência não são coisas erradas. Estamos apenas praticando atos imprudentes.

De toda forma, é preciso assumir uma culpa, diversa daquela primeira. O difícil não é conviver com a certeza de desejar coisas supostamente "erradas", mas sim assumir a culpa pela imprudência de nossos atos, de desejar o que não é certo. A diferença é sutil, e o limite entre ambas as situações é extremamente tênue.

É por isso que se diz que errar uma vez é bom - é educativo e didático; na verdade penso que é a melhor forma de aprender - mas que errar duas vezes é burrice. Nem sempre aquilo que nos decepciona e nos faz quebrar a cara, após relevante relfexão, é algo errado - é apenas algo que não é certo. Existem contrários, e existem contraditórios.

Recomendação de leitura: Dialética para Principiantes, de Carlos Cirne-Lima, da Editora UFRGS. Aliás, se essa obra for encontrada, por favor me avise, pois a minha edição foi emprestada em meados de 1997 e nunca foi retornada pela bondosa alma que até hoje a possui...

13 março 2006

...I always wanted to be a gangster.

CINEMA:

É certo que O Poderoso Chefão (The Godfather) é eleito como um dos melhores filmes da história. É o número 1 na votação do IMDB (a Bíblia do cinema), e há uma curiosa lenda sobre a virilidade do filme e sua predileção exclusiva pelo público masculino, ao passo em que provoca verdadeira ojeriza às mulheres.

O clássico de Francis Ford Coppola é uma adaptação da obra literária homônima que consagrou Mario Puzo como o grande contador de histórias sobre gangsters de procedência italiana (vulgo "mafiosos") do início da década de 70. O roteiro do filme também ficou a cargo de Puzo. Ninguém melhor do que o próprio autor para adaptar sua obra e evitar maiores dissabores ao público (como semelhante ocorrido, por exemplo, com a hedionda adaptação de "O Senhor dos Anéis" ou quase todo filme baseado em uma história de Michael Crichton).

No entanto, não falo de Puzo, de Coppola ou de O Poderoso Chefão. É interessante como um outro trio fez um sucesso semelhante cerca de vinte anos depois, apesar de não serem tão melhor valorizados.

Os Bons Companheiros (Goodfellas) é um filme de Martin Scorsese baseado numa obra de Nicholas Pileggi que - tal como Mario Puzo - também enveredou seus livros sobre a criminalidade para o cinema. Basta lembrar que os mesmos autor e diretor são responsáveis por Cassino (Casino), outro bom filme que retrata uma faceta diversa da vida bandida.

[talvez seja hora de ambos se engajarem em um novo projeto, e assim recuperar a imagem de Martin Scorsese como o grande diretor que um dia foi...]


Particularmente, Os Bons Companheiros causou-me impacto e possui relevância muito maiores do que ocorreu em relação à cultuada obra resultada da parceria entre Puzo e Coppola. Talvez seja por causa da primeira frase do filme, que diz logo a que se propõe: As far as I can remember, I always wanted to be a gangster.

Diferentemente de seu irmão mais velho, o filme de Scorsese não ganhou o Oscar de melhor filme (não que seja relevante ganhar tal prêmio, sempre tão discutido com relação ao aspecto do mérito de seus ganhadores em detrimento da promoção de interesses comerciais da indústria cinematográfica norte-americana).

Diferentes também são as abordagens de cada obra: O Poderoso Chefão narra a história de Michael, que assume o comando da família Corleone com a "aposentadoria" de seu pai. Mas não se propõe a desenvolver a personalidade do Padrinho como alguém que realmente gosta do que faz. Tanto que o principal "sonho" de Michael Corleone é legalizar os investimentos de sua família e afastá-la da criminalidade.

Os Bons Companheiros, não. O filme inicia e se desenvolve justamente com a abordagem de que ser gangster é o que Henry Hill sempre quis, era o seu sonho de vida e o preço que pagou por realizá-lo.

Ambos mostram o sofrimento de homens: um por desejar abandonar a vida criminosa, o outro por desejar não ter que abandoná-la, custe o que custar.

Além de tudo, Os Bons Companheiros não possui o "histórico negro" em relação ao público feminino que falam haver em relação a O Poderoso Chefão. Não é para menos: por uma dessas irônicas curiosidades, Nicholas Pileggi é casado com Nora Ephron, também escritora, só que de roteiros para filmes eminentemente dedicados às mulheres, entre eles Harry e Sally, Sintonia de Amor e Mensagem Pra Você.

Ainda que Os Bons Companheiros não possua a relevância histórica e o sucesso obtido por O Poderoso Chefão, vale a pena conferi-lo. Uma história muito bem contada e que gera um grande prazer ao ser assistida, com uma performance sensacional de Ray Liotta, Robert De Niro e Joe Pesci. Fica a sugestão.

10 março 2006

Oh my God! That's the funky shit!!

Dica 1: Quando sair pra beber com dois de seus melhores amigos, lamentar que perdeu o período matrícula na faucldade e, no meio da bebedeira, for informado de que, na verdade, a matrícula termina na manhã do dia seguinte, nunca faça sua matrícula nessa madrugada em que chegar em casa totalmente bêbado! As chances são grandes de que você possa se dar muito mal e se comprometer de uma forma aburdamente inimaginável!

Dica 2: Amanhã (11/03) , no nOise 3D Club, mais uma edição da festa do projeto Plug It In!, a partir das 22:30h. Estarei por lá discotecando com os amigos, esperando que seja uma noite bem agradável.

05 março 2006

...goodbye, I'm going home.

Fevereiro realmente foi um mês para não aparecer por aqui. Se não acreditava em inferno astral, tive todos os motivos para, agora, aceitá-lo com grande temor. Não esperava nada muito bom num ano em que meu aniversário - de novo - cairia bem no meio do Carnaval.

Agora, só me resta esperar que a Holanda também não ganhe a Copa do Mundo, em junho. E também que o Brasil não eleja um presidente decente e que a política - assim como ela é no Brasil - permaneça e se perpetue. Não posso esperar coisas boas, é verdade! E ainda assim, continuo as esperando...

Por quanto tempo, não sei. Enquanto estiver por aqui, talvez. Serei sempre pessimista, mas o princípio de Yin e Yang é uma constante neste universo.